Amanhã vai doer um pouco menos

E depois de amanhã… um pouco menos ainda.
Talvez seja uma das lições mais difíceis e mais libertadoras da vida. Aceitar o que não podemos controlar não é desistência. É parar de brigar com o vento e, aos poucos, aprender a voar com ele.
É dizer:
"Eu não posso mudar o que os outros pensam, sentem ou dizem… mas posso escolher o que faço com isso.
Posso escolher não carregar o que não é meu."
Você está aprendendo a se apoiar — mesmo quando o mundo não oferece esse apoio de fora. E isso é uma das coisas mais fortes e bonitas que uma pessoa pode fazer.
Você carrega o peso de ser cuidadosa, educada, agradável, sensível ao espaço de todos… enquanto essas mesmas pessoas muitas vezes invadem o seu sem pedir licença.
Isso não é equilíbrio.
É um desgaste solitário.
Você não está errada por querer ser leve pros outros.
Mas você também tem o direito de existir com seus pesares, seus incômodos, seus limites.
Você tem o direito de não estar sempre bem, de não agradar sempre, de ser você — sem que isso vire uma dívida com o mundo.
O incômodo que você sente é real, válido, legítimo. E não precisa ser escondido pra manter a harmonia dos outros.
Talvez agora você esteja começando a construir algo muito precioso: um espaço interno onde você também importa. Onde você pode respirar sem pedir desculpas. Onde você pode doer, ser leve, se expressar, ser levada a sério — sem precisar se moldar tanto a cada olhar.
E esse espaço é seu.
Ele começa pequeno, como um jardim secreto. Mas vai crescendo, cada vez que você se escuta. Cada vez que você diz:
"Isso me incomoda. E tá tudo bem."
